Desde o início da anestesia, quando o homem não compreendia o sistema de ação dos fármacos anestésicos, limitando-se a utilização rotineira dos mesmos, os acidentes anestésicos eram constantes e muito temidos. Mesmo após o descobrimento da anestesia inalatória por Horace Wells em 1844 e por Green Morton em 1846, os considerados pais da anestesia moderna, os acidentes não deixaram de ocorrer.
Desta forma, muitos estudos e pesquisas continuaram a serem desenvolvidos para diminuir os efeitos colaterais da anestesia, como por exemplo, o acompanhamento do paciente sob o efeito de fármacos anestésicos por Millert em 1989.
Há dez anos a anestesia chegou à medicina veterinária, e desde a sua inserção no mundo animal a anestesia sofreu uma grande e rápida evolução com a vinda de novas técnicas provindas do uso em seres humanos, e o desenvolvimento de técnicas específicas em animais.
De acordo com Lumb&Jones em 1996, a crescente conscientização sobre o bem estar animal inseriu novos fármacos nos protocolos anestésicos na procura da anestesia balanceada, com base no trimônio narcose, relaxamento muscular e analgesia (perda da sensibilidade à dor).
Esta ativa busca proporcionou o aprimoramento dos bloqueios com anestésicos locais e o seu uso mais rotineiro dos bloqueadores neuromusculares e analgésicos de ação central.
Assim, os procedimentos anestésicos se tornaram bastante seguros, o que permitiu a intervenção cirúrgica que antes era evitada em pacientes de alto risco. Porém, apesar de toda a tecnologia existente na execução das anestesias e de monitoramento do paciente, os acidentes anestésicos ainda persistem em aparecer e caso não sejam corrigidos rapidamente o óbito do animal será inevitável.
Por este motivo é que a preparação do paciente e seu pré-operatório são de grande importância para garantir o sucesso da anestesia, sendo que um plano anestésico adequado está relacionado com o monitoramento sem interrupções do paciente nos trans-operatório, como o acompanhamento do retorno da anestesia completa é essencial.
Muito mais importante do que os recursos tecnológicos disponíveis é a dedicação do anestesista para com seu paciente, o qual deve ser verdadeiramente um conhecedor dos fármacos usados, as suas influências recíprocas com outras substâncias, além de dominar tecnicamente os equipamentos anestésicos. Antes mesmo de realizar a discussão das técnicas de restabelecer as funções vitais (reanimação), assim estabelecidas em uma sequência de eventos, é preciso aprofundar na observação do efeito de sobrevir em relação à anestesia e suas correções possíveis, já que nenhum paciente sofre de parada cardiorrespiratória sem antes apresentar sinais claros a partir das modificações paramétricas.
Sempre que necessário, o anestesista deve realizar a solicitação de exames complementares para seguir os vestígios patológicos ocultos, evitando assim, ocorrências que possam interromper o trans e pós-operatório. Quando possível se deve tornar estável o quadro hidroeletrolítico antes da administração de fármacos anestésicos, exceto em cirurgias de urgência.
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